Texto e fotos publicados no caderno Boa Viagem do jornal O Globo. Abaixo o link para a matéria em pdf e o texto na íntegra.
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Nos arredores de Paris, casa e jardins de Giverny, que encantaram Claude Monet, podem ser visitados até novembro
O vilarejo de Giverny, a cerca de uma hora de Paris, é um destino ideal para quem deseja tranquilidade e admirar paisagens que parecem obras de arte. A viagem começa na Gare Saint-Lazare, acessível pela linha 14 do metrô da capital francesa. Dali partem 17 trens diários com direção a Vernon, onde um ônibus faz o percurso final até Giverny. O visitante também pode alugar bicicletas na Gare de Vernon para fazer o trajeto a pedaladas e curtir a beleza natural do lugar.
Quem chega de ônibus pode pegar um mapa que está disponível gratuitamente no veículo, já os ciclistas devem consultar o centro de informações turísticas logo na chegada. A principal atração do vilarejo é mesmo a casa e os jardins de Claude Monet, que podem ser visitados até novembro, mas uma volta pelas ruazinhas serenas cercadas por pequenas casas floridas pode ser muito prazerosa,
e ajuda a entender por que este foi o destino escolhido pelo pintor para morar entre 1883 e 1926. Ainda hoje, há muita gente que vive de arte em Giverny, em seus diversos ateliês.
É possível visitá-los para ver as obras, ou para levar algo mais do que boas recordações para casa. O ideal é começar o passeio pela manhã e voltar para Paris no fim da tarde, ou então passar a noite em uma das 17 opções de acomodação de Giverny.
O Museu do Impressionismo é uma boa opção para iniciar a visita. O espaço reúne obras originais de pintores como Auguste Renoir, Edgar Degas e Claude Monet, a figura mais importante de Giverny. Além disso, dedica uma área às origens desse movimento artístico dentro da França e em outros países.
Há uma parte destinada a exposições que são renovadas periodicamente. Até o dia 31 de outubro, estão em cartaz uma mostra de fotografias de Bernard Plossu, que retrata a casa e os jardins de Monet, e uma exibição de desenhos de grandes mestres franceses organizada pela National Gallery of Art, de Washington DC, com obras de Eugène Delacroix, Paul Signac e outros artistas.
Jardins de Monet – Ninfeias e Dálias inspiradoras
Para continuar no clima artístico de Giverny, ao sair do museu escolha almoçar no Hotel Baudy. Aberto por Angélina e Lucien Baudy em 1887, somente na década seguinte passou a receber bailes e jogos de tênis frequentados por artistas, quando Gaston, filho do casal, assumiu a administração. Além de Monet, o restaurante e o hotel foram ponto de encontro de Paul Cézanne, Pierre-Auguste Renoir, Auguste Rodin, e outros. É possível também só visitar os jardins nos fundos da propriedade e o primeiro ateliê de pintura de Giverny, construído em 1887.
Depois, dê uma caminhada pelo vilarejo. A igreja Sainte- Radegonde foi construída entre os séculos XI e XII, e ampliada no fim do século XV. É onde fica o túmulo de Monet. Voltando pela rua que leva o nome do pintor, há o Le Coin des Artistes, hoje um hotel. No fim do século XIX abrigava um café, outro ponto de encontro de artistas. Quase na esquina, está a atração mais imperdível de Giverny: a casa e os jardins de Monet. O local funciona sete meses ao ano, de 1° de abril a 1º de novembro, e fecha no fim do outono e no inverno. Reserve tempo para admirar com calma as pinturas de Monet na sala de sua casa e os jardins que inspiraram a sua arte. Os móveis foram mantidos tal como ele os organizou, as paredes amarelas continuam cobertas de gravuras japonesas da coleção pessoal do pintor. Na sala, há algumas das telas de Monet sobre Giverny.
No jardim, dálias, rosas, girassóis e outras espécies colorem e dão vida ao local. Seguindo as placas chegamos à passagem subterrânea que corta o Chemin du Roy e dá acesso a outra área do jardim e às ninfeias, plantas aquática retratadas em várias telas.
Quem veio de ônibus deve ficar atento ao horário: o último sai de Giverny às 18h20m para a Gare de Vernon. Ainda há tempo para tomar um café. Se escolheu passar a noite, aproveite o pôr do sol bucólico no vilarejo.